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Como pode nos dar algo como o amor, de forma tão natural e rápida, e tornar isso tão breve? Perda. Sempre foi minha maior dificuldade. P...

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Como pode nos dar algo como o amor, de forma tão natural e rápida, e tornar isso tão breve?

Perda. Sempre foi minha maior dificuldade. Perder, deixar, abrir mão, dizer adeus. Nunca soube lidar com isso. Nunca...

Hoje. Terça-Feira. Mês de maio. Mês das mães. Mês em que nasceu meu único irmão. Mais novo que eu.
Eu, sozinho em casa. Três horas da madrugada. Madrugada de frio. Ironia. Amo tanto o frio e hoje, o odeio por ser e estar.
Ódio e raiva. Incompreensão. Sensação e precisar correr, fugir e nunca mais voltar ou olhar pra trás, mas, sem saber como dar se quer um passo em direção a esse lugar nenhum.
O carrinho de passeio, nunca usado, ainda no plástico, empoeirando ligeiramente em cima do guarda-roupa...
Partiu...
A única foto em papel revelada, ainda sem  moldura, estática, dentro de uma taça de cristal sem uso...
Partiu...

A mochila rosa e roxa, destoando entre o emaranhado azul da parede fria, cheia de fraldas, umas pra serem lavadas outras descartáveis para serem usadas...
Partiu...
As fotos ainda salvas no celular, as selfies, os flagras, videos...
Partiu...
A cama, minha cama, com o mesmo lençol da semana passada, ainda com aquele cheiro suave e doce, já perdendo intensidade...
Partiu...
A sombra da mãozinha pequena, rosada e macia, menor que uma caneta, segurando em punho firme meu dedo indicador...
Partiu...

Mas ficou lágrimas, um choro de compulsão desesperado, queimante, lentas e que jorram em profusão. Um choro sem real compreensão, repleto de porque? Por que? Porque??

E o relógio pára por um instante, a mente volta no tempo, à duas horas atrás...:

O telefone toca, as luzes do celular se acendem, minha mãe surge trombando na quina da estante, retira o fone do gancho... Chora, treme e perde os sentidos. Do fone caído, gritos soam mesclados a um choro desesperado, sem palavras - não precisava -, meu pai surge, com as mãos segurando firme a imagem de uma santa, resmungando baixo - " eu pedi e rezei tanto... Tanto..."-, e do meu lado, meu irmão, meu pequeno irmão, ainda dorme de exaustão.
No eco que ribomba ao redor, só consigo escutar suas palavras repetidas ate o adormecer mais cedo... - "o pior já passou... A minha pequena jaja sai dessa.. " -. Ele acorda. Entende... E o planeta, meu planeta, deixa de fazer sentido diante daquilo ganido de dor e desamparo daquele que vi nascer, que conheci ainda no ventre de nossa mãe.
Ele gania, e a dor soava em mim....- "Mãe, você sabe o que é isso?" - ele tentava questionar, enquanto o abraçava, junto da nossa mãe...

O tempo atual volta. Três e trita e dois da madrugada.
Sem sobrinha. Sem afilhada. Sem neta. Sem filha. Sem Ana Carolina. Sem nada, nesse tudo que sobra, sufoca e não sei porque...
Não. Eu não sei lidar... Não sei...
Não. Sei. Não. Não. Não sei...


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Aquilo Tudo que posta no Facebook e mais tantos mistérios que nem mesmo o espelho ou o mundo dos sonhos foi capaz - ainda - de descobrir.