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Diz a lenta que ele é um hibrido humano. Metade coração e metade ausência dele. Sem face, ele só possui sons e cheiros. Não se sab...



Diz a lenta que ele é um hibrido humano. Metade coração e metade ausência dele.
Sem face, ele só possui sons e cheiros.
Não se sabe ao certo sua altura, tamanho ou gênero. Não se sabe ao certo como nasceu se é que não sempre existiu apenas.
Ele era causador do medo e da afeição. Da fascinação e da cautela.
A uns era a Divindade em Terra, a outros era o Demônio rolando solto por entre as paredes, colchões e lábios.
Me deparei com ele uma, duas, talvez três vezes. Mas creio que nunca havia de fato o tocado, o sentido. Eram apenas sombras de seus odores, que ele deixava por entre alguns olhares, por onde já passara. Nunca havia me entregado a ele. Como naquela vez.
Foram meses, anos...
Ele parecia frágil e ao mesmo tempo poderoso. Causava lagrimas, mas incontáveis sorrisos. Era fofo, Era gentil. Era defeitos e por isso perfeito. Era maciço. Estava ali. Estava aqui.
Alegria e sensação de paz domavam o meu corpo.
Mas com ela veio uma estranha coceira na pele. Era como se houvesse uma irritação dentro dela, da pele, alem dos nervos. Do lado esquerdo do peito. Mas eu a ignorava. Afinal tudo aquilo era o Tudo. E eu já podia distinguir aqueles que sempre o conheceram, que sabiam que Ele era mais que uma lenda.
Era tudo aquilo que se sonha, que sem saber se existe, ainda assim, se procura. Como se Ele fosse o mar, e eu as pequenas tartarugas recém-nascidas que sabem - mesmo sem saber o porquê - que devem ir de encontro ao mar para sobreviver. Era o sentido. A razão era Ser.
Ate que um dia a coceira deu lugar a um buraco. Profundo. E logo em seguida o buraco deu lugar à dor.
Ele sumira. Ele se fora. Ou fora eu que correra. Ou fora eu que o perdera no meio do caminho. As vezes penso se somente não o larguei atrás de uma almofada, se ele não esta acuado embaixo de algum banco numa estação de trem branca, ou se simplesmente não me roubaram ou não o matei.... Não sei...
Sei, que a ausência surgiu, a falta. As noites sem dormir, a imaginação longe, a gripe sem sintomas. As letras de ódio, com o tempo a raiva. As musicas tornaram-se parte da natureza e feito ar, podiam agora atravessar a barreira da carne e atingir fundo. Na alma. Se fazer compreender.
Estava vazio, como um pode. Vazio.
Ilusões reinavam ao redor e as vozes, seu som, suas cores, sua imagem, refletia-se dia e noite e mais nitidamente nas madrugadas em todo lugar; e aqui ao fechar meus olhos.
Com o tempo, fui esquecendo, com o tempo a ausência deu lugar ao conformismo. O buraco cicatrizou, mas deixou marcas, cicatrizes geladas, invisíveis, mas que modificaram todo o corpo, a mente, os sentidos, os sonhos... O riso branco...
Não sei ate hoje ao certo o que aconteceu. Continuo sem lembrar como era sua face, ou exatamente como se deu aquele tempo. Mas eu conheci a Lenda.
Conheci o ceifeiro. Conheci o Amortador – esse é o nome que lhe dei.
Dizem que ele esta por ai, nas sombras, nas fotos, nos bares, nas teclas e palavras, nas ruas, em cada esquina, nos ônibus, talvez, sempre ao lado.
De fato alguns são incapazes de vê-lo. Mas sentem.
Mas sei que quando nos reencontramos, não será um acerto de contas por compreensão e nem uma fuga. Será apenas uma comunhão entre velhos amigos-inimigos conhecidos, feito espelho sujo, refletindo um cara com rugas de tanto esperar...
...Sinto ainda seu cheiro...



*Inspirado nessa musica/clipe >> Jar Of Hearts

Com direção de Ricardo Spencer, o duo Agridoce surge com mais um clipe todo Trabalhado em Nostalgia. A musica escolhida, foi 130 Ano...


Com direção de Ricardo Spencer, o duo Agridoce surge com mais um clipe todo Trabalhado em Nostalgia.

A musica escolhida, foi 130 Anos. Uma das faixas que nasceu na Casa Da Serra Da Cantareira, onde Pitty e Martin se refugiaram para gravar esse projeto de musicas doces e acres.
Basicamente, o roteiro do clipe versa sobre dois personagens, amigos que resolvem, seja lá por qual motivo, fazer as malas e cair na estrada rumo ao desconhecido. Como se fosse uma fuga.
Durante o trajeto, ambos modificam imperceptivelmente o visual – Pitty com uma peruca Loira, e Martin com Bigode e cavanhaque – enquanto discutem e riem, sentindo o tempo passar.
Tempo. 
Essa é a questão levantada pelo clipe.
Mas antes é importante entender que 130 anos; a musica, versa sobre a coragem de ir alem, de fugir de estereótipos e buscar seu verdadeiro eu, a coragem de fazer aquilo que deseja sem temer o que os outros vão dizer e ate onde chegarão em seu julgamento... Essa é a diferença entre se tornar um arremedo de si próprio sem mais se reconhecer, e de ser quem deseja ser. E isso, essa consciência às vezes leva tempo. (eis aqui a mesma mensagem de sempre de todo o trabalho de Pitty no geral, LIBERDADE).
Usando diversas referencias como o movimento “Pé na Estrada” que nada mais é do que colocar uma mochila nas costas e pegar a estrada, rumo a aventura, a liberdade, ao desprendimento, banhados por jazz, poesia e etc.; e repleto de detalhes, como as cenas com planos de câmera estática, com imagens em movimento e vice e versa, assim como os diversos objetos que ajudam a contar a historia; Ricardo Spencer busca num filme de 1983, a referencia certeira para contar a historia delicada e pesada de 130 anos.
O filme em questão vem de André Tarkovski e seu Filme "Nostalgia."
Assim como em Nostalgia, não importa o sentido das ações, mas sim as ações em si.

O próprio Andrei Tarkovsky definiu seu filme como um retrato de alguém em profundo estado de alienação em relação à si próprio e ao mundo, incapaz de encontrar um equilíbrio entre a realidade e a harmonia pela qual anseia, num estado de nostalgia provocado não apenas pelo distanciamento que se encontra de seu país, mas também, por uma ânsia geral pela totalidade da existência. Vendo por seus argumentos, o objetivo de Tarkovsky não é criar o desenvolvimento de uma história, mas sim, criar uma interação entre a tela e a atenção do espectador, fazendo surgir assim, o tempo.

O Clipe 130 anos faz a mesma coisa, traça um panorama de dois personagens em busca de si mesmo. Uma fuga de uma angustia sem nome ou explicação, trazida pelo tempo, e por isso mesmo a busca a um reencontro, onde algo possa sobreviver, onde algo possa fazer sentido. Onde consigam ter a comunhão entre o meio – natureza, vida – e a existência física – seus pensamentos, seus anseios, suas vontades.
A peruca Loira de Pitty nos remete a personagem glorificada de Nostalgia que é a causa do suicídio de seu amante desequilibrado.
O visual cavanhaque e bigode de Martin é a alusão perfeita do pacato Homem tentando entender seu lugar no mundo novamente.
A fotografia esfumaçada que beira ao anacronismo, o carro vintage, as cores mornas puxadas para o verde e meio apagadas – apesar da iluminação coesa – trazem ainda mais fortemente a questão do Tempo as cenas. Os planos de câmera sempre estáticas, com movimentos dispersos de imagens (uma técnica que Lars Von Trier adora fazer, mas com o acréscimo da diferença de tempo de acordo com o espaço) trazem uma melancolia e uma urgência, que por mais monótona que possa parecer nos prende ali como espectador, para sabermos o desfecho que tudo terá.
Novamente: a trama não importa, o que importa é a busca, a sensação interna dos personagens, sua interação com o tempo e o meio (notem a cena dos cavalos... )

Ricardo Spencer conta a historia, justamente do duo aqui na vida real.
Eles estão em fuga e numa procura. Mas ao contrario do que se pensa, ser da policia ou de uma gangue; Eles estão fugindo deles mesmos.
A casa abandonada lembra demais a casa da Serra da Cantareira onde o projeto foi gravado, assim como o Hotel lembra a casa deles aqui na cidade mesmo.
Entendem?
Deixar o mundo mecânico para trás, mudar, justamente para se encontrar em outro lugar. No caso, uma casa longe de tudo com uma piscina esverdeada (lembrem onde a musica foi composta) livres finalmente para alçar voo, mesmo que o voo seja Agridoce.
Mas essa cena da piscina, bem como o brilhante plano da Casa Abandonada, com imagem estática, plano abertíssimo apenas com as nuvens do céu denunciando o tempo que nunca para e passa rápido, é mais uma alusão a Nostalgia. Mais especificamente a cena final em que é representada a persistência do personagem principal em ir ao seu reencontro final com suas lembranças ao tentar atravessar uma piscina vazia com uma vela acesa na mão afim de chegar no fim da piscina sem tê-la apagado. Assim que ele consegue, há um corte para uma cena final onde ele se vê deitado num ambiente onde a realidade e as memórias parecem ter se fundido.
É o que Pitty e Martin fazem. É o que procuravam. É onde se refugiarão(como bem sabemos que fizeram de fato).
Lindo, sensível, minimalista e que passa a mensagem ao modo Spencer de ser: nas entrelinhas e nos detalhes, nas referencias.
O clipe termina no começo de tudo. Pássaros cantando ao longe para a jornada começar.
Para fãs da banda principal de Pitty e Martin ( A Pitty) e para aqueles que torcem pelos artistas em si, esse clipe é a explicação perfeita para a existência de tal projeto, e assim mesmo a paz para aqueles que temiam um fim, tanto queriam. Não ha fim nessa jornada, ha apenas um reencontro.
Parabéns aos envolvidos, e agora chega de explicação, afinal, musica e cinema não foram feitos para serem explicados, e sim compreendidos e sentidos. vejam em HD, bem alto e em tela cheia.


Rock; Palavra que transpassa gerações historia, movimentos, sensações. Rock; Expressão que dita costumes, tendências, jeitos e ...



Rock;
Palavra que transpassa gerações historia, movimentos, sensações.
Rock;
Expressão que dita costumes, tendências, jeitos e trejeitos.
Rock;
Ascensão e decadência, magnitude feito divindade e anticristo.
Rock, na musica, nos filmes, nas roupas, no dialeto, na pele, nos livros.
Rock. Quatro letras simples, mas que denotam tanto sobre e para a humanidade em escalas inimagináveis e incabíveis em palavras, explicações, transcrições ou mesmo batidas ou riff’s.
Não, não é exagero.
O rock deixou a muito tempo – talvez jamais tenha sido de fato - apenas o rotulo de ser gênero de estante de loja de musica; para se tornar modo e meio e ideologia de vida.
Assim Ser do rock ou ser rock não é vestir-se de preto, cultuar a cultura dark de ser, empunhar e venerar uma guitarra, abusar de amplificadores, baixos e baterias devastadoras e ouvir gritos guturais (mesmo que essa seja a parte mais divertida).
Não. Ser rock é ser livre ou ao menos buscar e viver de acordo com essa palavra.
Alias, liberdade é a palavra exata, que comporia o sinônimo perfeito ao rock.
Ser rock é buscar continuamente ser livre e viver sob esse peso bom de carregar. É transpor ideais, no modo de agir e pensar, de falar e escutar.
Ser rock é ser.
Ao longo dos anos o movimento Rock que nasceu para subverter o bem comum e bater de frente com tudo aquilo que na razão de “ser, estar, fazer, ir e vir, sem machucar aquém e ou outrem” estava errado, se transformou numa indústria que se nos anos 40, 50 e 60 era motivo de torcer o nariz e culto ao demônio, rebeldia e etc. Não para menos, ate hoje aqueles que tratam o Rock como gênero apenas, insistem em adotar a postura rebelde, às vezes violenta, pesada, sombria - Isso porque a palavra Diabo nada mais é do que um antigo significado para Diferença - Assim sendo, ele foi adotado para designar o Rock (atitude) em épocas passadas, pelo cunho diferente  que exercia(Daí a expressão “O Diabo é o pai do rock” Não há nada de maléfico ai... Enfim...). Hoje, contudo, o Rock é possivelmente uma das ferramentas mais lucrativas e importantes do mundo, em todos os seguimentos, e ate de certa forma respeitada (mas não completamente aceito ou entendido).
Mesmo que o dia de hoje – 13 de julho – represente um simbolismo à data que o carrega por um evento de anos atrás, e assim mesmo, não seja nada mais que mais um dia para o capitalismo de marketing vender e ofertar mais do que o de costume; o dia de hoje vale sim ser comemorado e discutido não pelo dia, mas sim pela obra e legado.
Que o dia de hoje seja de compartilhamentos de experiências e ideais. Que o dia de hoje represente discussões e conhecimento acerca desse filho prodigo de libertação e respeito.
Há rock na musica, há rock no cinema, há rock nas artes, há rock na relação de amor, na perda e no terror. Há rock na fantasia e na aventura. Há rock na infância e na velhice. Há rock no forro, no pop, no Rap. Há rock nas ruas e nos fones de ouvido. Há rock num texto, num gibi, no sexo.
Há rock no celibato, há rock no medo e há rock na coragem.
Na coragem de ser você mesmo e defender seus ideais e jeito de ser acima de qualquer dito ou diz que me disse. Em não aceitar apenas a voz de fora e buscar a própria voz em meio a tantos- mesmo que essa voz venha de forma calma, e quase silenciosa.
Querendo ou não há rock em todos os lugares, basta saber enxergar, sentir, ouvir e reproduzir.
Mas como “bla bla bla” definitivamente não é rock, borá aumentar o som (porque não?!), e acabar com o teto de vidro alheio, e rasgar a garganta com o bom, e ainda tão novinho Rock N Roll.
Bota um Iron e vem com a gente \m/

Abaixo player com Pitty (claro) interpretando um clássico da banda Mudhoney ^^ e em seguida minha Playlist de hoje:



Iron Maiden – Infinite Dreams
Nirvana - Polly
The Kills – Dreams/ No Wow
Dead Fish - Você
Raul Seixas - Gitã
Queen – We Are The Champions
Metallica – Nothing Else Matters / Crepping Death
Rancore - Seleção Natural / Samba
Black Sabbath – Heaven and Hell / Paranoid
Slipknot – Before Forget / Vermillion part 1 and 2
John Frusciante – Road Trippin
Os Mutantes – Panis et Circenses
Garotos Podres – Papai Noel Velho Batuta
Úteros em fúria – Be Bigger / Sister Moonlight
Queen of the stone ages – No One Knows
Pitty - IF A THINK / Pulsos / Quem Vai Queimar?/ Ignorin’U/ Medo/ Na Sua Estante (discografia completa)
Martin e Eduardo – Me Perdi/ 19 X Amor / Caos / Tempo e Espaço
Led Zepplin - Whole Lotta Love / Stairway to Heaven
Madame Saatan - Vela
Faith No More – Easy / Edge of the World
Marilyn Maison – Sweet Dreans
Patt Smith - After The Gold Rush / Amerigo
The Dead Weather - Die By The Drop
Lobão – Das Tripas Coração
Muse – Showbiz
Mars Volta – The Window / The Whip Hand / Noctourniquet




Talvez nada faça sentido mesmo - ele pensava com afinco em sua rede de dormir. Na varanda de sua casa de campo só se conseguia enxergar ...


Talvez nada faça sentido mesmo - ele pensava com afinco em sua rede de dormir.
Na varanda de sua casa de campo só se conseguia enxergar o lago escuro e congelado a frente.
Folhas mortas de um outono gelado lhe observavam impassiveis. E ele as contemplava com uma especie de estupor e veneração.
Elas nasciam estaticas, viviam estaticas e ao menor sinal de que o tempo esta para se auterar elas desmanchavam, desistiam e caiam, morriam paradas sem tentar aguentar ou entender os porques.
Ele queria ser planta. Folha morta vermelha cor de sangue espalhada pelo chão de quem lhe pisa. Ser o que limpa a sola do sapato em neve ou repleto de merda de algum cão vira-latas  com sarna ou raiva.
Fazia um mês que ele ganhara aquela fortuna. Seis numeros em seguencia e a promessa de uma vida mais feliz.
Ele ria da ironia.
Nada mudara, so uma conta bancaria repleta de numeros novos, sorrisos amarelos novos, mãos em sua direção ao invez de apontar para comprimentar e algumas damas dispostas a transa ou a fornicação(ele via uma sutil diferença entre elas).
Não tivera filhos e nem espoça, porque jamais sentiu falta.
Não era um coitado amargurado, era apenas um errante.
Um àquem a sociedade.
Ele viu o que existia fora da caverna da existencia e escolhera não contar a ninguem.
O frio aumentou, algumas folhas se levantaram e voaram calmas e serenas em sua direção. Ele levantou os braços magros em direção a elas para amparalas em suas mão trepidas pelos calafrios e pelo tabaco de alta qualidade.
E de repente se viu na escola, a mais de 30 anos atrás....

Sempre quieto, sem entender o porque precisava responder perguntas, escrever respostas copiadas em papeis idênticos e dizer "obrigado" e "por favor" e "de nada" a tudo e a todos para medir sua inteligência, carater e capacidade de cuidar de si propria.
Afinal uma pessoa se valia pelo que pensava e fazia ou pelo que aparentava pensar e fazer?
Ele nunca entendeu o porque que tinha que ser sociavel. No que lhe dizia respeito ser sociavel era não invadir o espaço alheio. E isso ele fazia muito bem. E apartir do momento que exigiam que ele entrasse em espaços alheios que ele não queria estar previamente, isso caracterizava um ato antisocial, a ele. Invasão do seu espaço, do seu mundo.
Carlos era o maior idiota do mundo na opinião dele. Um ruivinho com QI minimo, arrogante e estupidamente burro e grande.
Adorava implicar com todos, mas era ele; o antisocial Bruno; que mais sofria.
Bruno nunca ligou, sempre ignorou. Aprendera a arte do desprezo cedo, em casa mesmo, desde que ouvira sua mãe dizer:
- a vizinha é uma puta que trai o marido e aquele garoto dela, gay. Uma vergonha. Não chegue perto deles Bruno.
E aos finais de semana saia com o leiteiro da esquina, enquanto minha irmã brincava de "onde estão os dedos", com sua 'colega' de escola, trancadas no quarto ao som de No Doubt.
Um dia Carlos resolvera partir para a violência e Bruno decidiu se defender.
Mas Bruno sempre fora magrelo, raquitico, um 12 anos com aspecto de safra 8 anos.
Foi um massagre. Como todos achavam Bruno irritantemente calado e estranho - bizarro, estranho - ninguem veio apartar o brutal assalto de um ringue só. Alguns ainda rindo ajudavam a empurrar Bruno sempre que este tentava sair de cena, ou mesmo o chutavam na altura das canelas.
Bruno não suplicou para que parassem, mal fez barulho. Pemaneceu no chão, sendo chutado, socado, esmurrado, cuspido, caçoado, humilhado, sem derramar uma unica lagrima ou transparecer uma careta de dor.
Permanecia sempre olhando Carlos nos fundos dos olhos, com a musica Sweeet Dreans encrustada na memoria.
Como a orgia violenta de pancadaria estava ultrapassando o limite do intervalo escolar e aparentemente as consciencias dos presentes e do proprio Carlos percebiam que era uma covardia quase "hitleriana" ele contra Bruno tão fragil e bobo, Carlos decidiu transferir um ultimo soco na altura do queixo de Bruno, fazendo-o desfalecer e permanecer ali nos fundos do colegio; abandonado ;pateticamente sangrando e dolorido ate a noite.
Bruno chegou em casa correu ao banheiro, curou seus ferimentos e tomou o cuidado de não deixar seus pais lhe verem de perto.
No dia seguinte assim que chegou na aula, munido de um taco de baisebol transferiu, 1, 2, 3 golpes certeiros com toda a força que conseguiu diretamente na cabeça e na garganta de Carlos que caiu sangrando e sem ar, acompanhado de gritos ensurdecedores dos presentes.
Bruno abaixou-se e sussurrou ao ouvido de Carlos enquanto balançava o taco proximo ao seu saco:
- chegue perto de mim mais uma vez e eu te mato.
Bruno foi diagnosticado como insuficiente, deliquente, perturbado e incapaz. Alguns anos em tratamentos e mais castigos, detenções e a fala de sua mãe:
- você é uma vergonha....

Ele voltou ao presente. O frio aumentava, mas ele não fazia questão de entrar na casa.
O aroma do lago congelado e das folhas secas lhe agradavam...
Eram melhores que o cheiro fédido das pessoas no interior da casa. Com seus perfumes baratos, xicaras de café forte e wisk's vagabundo; velando um corpo magro e decrepito no centro da sala preta.
Faziam 7 horas que haviam encontrado seu corpo sem vida a margem do rio escuro e congelado, segurando uma unica folha seca na mão esquerda e um taco de baisebol na mão direita.




...não vejo solução naquilo que não é uma incognita.
Todos os caminhos pendem para uma unica direção. Não importa a bifurcação ou o beco, no final são sempre as escolhas. Sempre elas...

Leia Ouvindo >>  Pra Você Dar O Nome - 5 à Seco Me assusto ao passo que escuto musicas aleatórias e que dizem tanto sobre um...




Me assusto ao passo que escuto musicas aleatórias e que dizem tanto sobre um momento, sobre uma situação qualquer ou especifica.
Assim como as fases da Lua, os dias em que vivo e absorvo o mundo são paralelamente proporcionais ao que ele parece me oferecer. Quando a lua esta cheia, a vida parece ficar carregada de gente, de falas, de sons, de tudo, muito que só fazem tornar belo o que muitas vezes é feio e caos interior.
Quando ela se desmancha em minguante ou crescente ou mesmo resolve se esconder em Nova, tão velha pra mim, as horas começam a rarear, a paz começa a não ser mais continua. Tudo falta tudo sente falta. E Sente.
Mesmo assim, assustado com o tudo que gira ao meu redor, o como cada brisa, cada cheiro de tudo que há e esta se refletem tão bizarramente no meu modo de ser, enxergar e permanecer caminhando, noto justamente nessas mesmas musicas, letras e textos, pessoas e cheiros tudo aquilo que preciso para caminhar sem cair, ou sem me machucar de mais.
Conhecendo possibilidades, dando vazão ao que já parecia não fazer mais parte ou sentido. Família. Aconchego de mãe, discussões de pai. E um afago e entendimento estranho mas interessantíssimo e assim a aproximação com o irmão mais novo. Vê-lo se tornar Um igual onde antes era um bebe (meu) precisando de atenção...
Um abraço e uma lambida morna do cão fiel, com toda sua idade e seu olhar de me ler como ninguém jamais foi ou será capaz de fazer.
Relembrando brincadeiras de infância, descalço com o joelho sangrando e o ‘Mertiolate’ dolorido. O ioiô ao sol da coca cola, o ‘mini-cinema’ nas mãos e o esconde-esconde embaixo de um beliche.
Aqueles dias de levar leite morno escondido a um gato de rua, ou promessas de fugir de casa porque a fita VHS do Rei Leão não rodava.
Cada momento com a falta e a saudade, fez preencher lacunas e criar lembranças que um dia serão também saudades. Mas estarão aqui.
Aprendizado que nunca se deixa a cada café tomado, a cada conversa escutada e recebida.
Não estou preparado para deixar tudo ir assim, da mesma maneira que consigo encerrar o que escrevo ou dar um ‘stop’ na minha musica favorita ou no filme do dia.
Não consigo deixar e fechar as janelas da vida e do coração da mesma maneira que consigo com um simples clique fechar o navegador do computador.
Mas aprendi e entendi que tudo aquilo que não esta aqui, não pode ser uma memória ali, no amanhã. Se vivo de saudades e de lembranças é porque vivi e vivo o hoje como muito poucos e isso não esta estampado nos copos de bebida ou no cheiro da sarjeta lá fora. Esta em tudo aquilo que se recebe e compartilha. Naquilo que se pensa e naquilo que se dá. Saudades e lembranças só se há, quando há o que lembrar e o que sentir falta. Então houve e isso é um ponto.
Talvez eu não possa te deixar ir por completo, mas posso, devo e vou te permanecer intacto da maneira que completa. Permanecerei-te cheio no meu céu particular. Sem perigo de um amanhecer inesperado.
Da minha parte espero noticias de felicidade do seu lado, com a lua que lhe fizer presença da maneira que nunca fui e não deveria ser. Ou talvez uma Nova quem sabe.

“Quero é te ver
“Dando volta no mundo indo atrás de você, sabe o quê
E rezando pra um dia você se encontrar e perceber
Que o que falta em você... ”

É que decidi que aquilo que falta, é tudo aquilo que deveria estar aqui e não esta. É como “Hugo Cabret” disse: Tudo no mundo existe para completar e ser funcional a alguma coisa. Como peças de maquinas.
Se você me falta é porque um dia essa peça chamada saudade terá que completar-se em mim. E se não é agora é porque não deve ser. E se for pra ser, um dia voltara da maneira que tiver de ser. Talvez como o encaixar de mão num aperto amigável em alguma plataforma de dança da vida. Ou em um roçar de pele dentro de um saco de pipoca.
Segue. Seguindo. Indo. Caminhando. Em frente. Indo aonde vou chegar.

*Texto que bateu após ler este aqui >> Bem que se quis - Claritromicina
** Foto de Simone Lins >> Facebook e Blog Pessoal

A lua continuaria ali. O vento e o frio. E cada cicatriz que o tempo fechasse e secasse Continuaria ali. Assim como o seu ro...



A lua continuaria ali.
O vento e o frio.
E cada cicatriz que o tempo fechasse e secasse
Continuaria ali.

Assim como o seu rosto e a minha dor
Continuaria ali.

E todo o meu medo.
As musicas, todas as palavras
A grama e o pequeno lago raso.
Todas as salas de cinema e baldes de pipoca
Continuariam ali.

A espera e o sol nascente.
O cachorro rosnando no portão da esquina
O grito da criança, e as brincadeiras inventadas.
Assim como os olhos que encaram as mãos e as unhas
Continuaria ali.

O café morno e as fumaças das torres
Os sonhos e planos com bebidas e diversão
Os passos, e os momentos que parecem fotográficos.
E o ontem de problemas pra amanhã
Continuaria ali.

A aventura seguinte, o desconhecido e as sensações.
O sono e a preguiça de ser só dois
E as declarações, a covardia e orações.
Os abraços dos amigos, e o instante de prazer impensado.
Assim como os raios num temporal
Continuaria ali.

E o pensamento vago, as escolhas e indecisões.
As lutas, as guerras e a morte prematura.
O engano e a descoberta de pedra, arma.
Céu, ódio e Terra.
E toda a loucura, o consumo vendendo ossos.
E toda a minha fé
Assim como a sede e a lembrança
O Arrepio quente na pele
O querer apenas mais uma vez
E aquelas despedidas, e os suspiros de olhos fechados
Seus segredos, meus segredos.
Continuaria ali.

Continuaria pelo fim dos tempos.
Continuaria por cada quadro em óleo nos espelhos
Por cada rachadura e pintura desgastada nas paredes dos quartos
Continuaria o beijo, o olhar e o tentar fugir e esquecer.
Continuaria o eco...

Continuaria o meu amor...
O pedaço além de mim...
Continuaria...

Continuaria;
Porque desde a primeira vez... Eu sabia que estaria sempre aqui.


Will Augusto. Tecnologia do Blogger.

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Aquilo Tudo que posta no Facebook e mais tantos mistérios que nem mesmo o espelho ou o mundo dos sonhos foi capaz - ainda - de descobrir.